segunda-feira, 8 de julho de 2013

Nelson Ned, O Pequeno Grande Gigante


Dia 29 de junho de 2013 foi um dia histórico para a cidade de Ubá, após 50 anos a cidade recebe seu filho ilustre Nelson Ned de volta a terra natal. Nelson Ned veio a cidade a convite do Festival Mundial das Artes Pela Paz. O festival que acontecerá entre os dias 05 e 15 de setembro de 2013 vem realizando várias atividades pré-festival e dentre estas ocorreu no ultimo dia 29 a chamada Caminhada Pela Paz. O evento contou com a presença de artistas ubaenses como Gustavo Arthiddoro, Gilberto Torres e o homenageado Nelson Ned.

Nelson Ned - Caminhada Pela Paz
Foto: Ygor Marques 
Nelson Ned d'Ávila Pinto nasceu em Ubá no dia 2 de março de 1947. De família humilde foi com os pais para Belo Horizonte aos 12 anos de idade em busca de tratamento médico para a alteração genética que lhe causava retardo no crescimento. 


Porém, mesmo com o tamanho físico reduzido, Nelson Ned nasceu para ser grande, se enveredou pela carreira artística e nos anos 60 começou a se apresentar e gravar discos, inclusive viajando por países da América Latina onde é extremamente popular.




Com repertório voltado para a música romântica, seus shows atraíram multidões em estádios e teatros. Como compositor, no Brasil teve músicas gravadas por Moacyr Franco, Antônio Marcos, Agnaldo Timóteo e outros. Em 1960, Nelson Ned estreou na música interpretando “Eu Sonhei Que Tu Estavas Tão Linda”, de Lamartine Babo, mas o sucesso veio com a música auto-referente “Tamanho Não É Documento”, parceria com Hamilton Gouveia Bastos. 



Ainda em 60, venceu o primeiro Festival da Canção Argentino com “Tudo Passará” que foi o pontapé inicial para uma carreira internacional de sucesso. Nos Estados Unidos, Ned apresentou-se várias vezes no Carnegie Hall e no Madison Square Garden. Suas gravações foram lançadas na América, Europa e África, e ele recebeu discos de ouro tanto no Brasil quanto no exterior. Suas composições foram gravadas por nomes do estrangeiros como Mantovani e Matt Monroe e internacionalmente foi o primeiro artista da América Latina a vender um milhão de discos nos Estados Unidos com o sucesso "Happy Birthday My Darling" em 1974.


Emplacou alguns grandes sucessos ao longo de sua carreira, como “Será, Será”, “Se Eu Pudesse Conversar com Deus” e “Não Tenho Culpa de Ser Triste”, mas o auge de sua popularidade veio na década de 80, com “Caprichoso” e uma série de participações em programas de rádio e TV. 


A partir de 93, convertido à igreja evangélica, passou a trabalhar apenas com repertório religioso, mantendo entretanto seu público fiel. Em 1996 foi lançado no Brasil o livro de Jefferson Magno Costa, “O pequeno gigante da canção”, e em 1998 na versão em espanhol, onde sua história de vida é relatada.


Em 2012 na coluna Pop & Arte do portal G1 saiu uma matéria 
bem detalhada sobre sua carreira. Leia abaixo alguns trechos 
da reportagem do G1 por Lívia Machado.

Ele revela que foi muito difícil ser anão e cantor de brega no Brasil."Lá fora eu não tinha estatura, cor, raça ou classificação musical", recorda.Para Nelson Ned, ser anão é apenas uma característica física, como a cor da pele ou dos olhos. “Minha mãe fazia questão de mostrar que eu não tinha diferença nenhuma. Minha avó até quis que eu estudasse em casa para não ser motivo de chacota, mas eu cresci como uma criança normal. Não pedi para ser desse jeito. Mas sou anão assim como o Pelé é negro. É somente um detalhe."


Primogênito dos 7 filhos do pai Nelson e da mãe Ned 
aos 17 anos ele foi tentar a carreira 
no Rio de Janeiro. 

Começou bem distante dos palcos, trabalhando em uma linha de montagem de uma fábrica de chocolates. Cantou em boates paulistas e cariocas antes da maioridade e era escondido embaixo do balcão das casas quando o Juizado de Menores passava para fiscalizar. Tempos depois, passou a ser figura recorrente no programa do Chacrinha, que ele considera o pai de sua carreira artística. (...) “Ele foi um divisor de águas na minha vida. Me deu oportunidade e comida. Devo muito ao falecido amigo. Foi muito difícil ser cantor de brega e anão neste país.”


O cantor tem intacta a memória dos tempos de fama. Mantém o humor e o senso crítico apurado, mas esquece rapidamente o que acabou de fazer. É incapaz de lembrar que tomou um café durante a entrevista. A sequela foi deixada pelo acidente vascular cerebral, sofrido em 2003. Hoje, ele está sob a guarda e cuidados de Neuma, uma de suas irmãs, com quem mora em São Paulo. (...) O AVC também comprometeu a parte vocal de Nelson, que agora desafina ao cantar. A falha aos 65 anos entretanto não compromete a interpretação. (...) “Tenho certeza de que fui um dos melhores cantores do mundo. Fiz muito sucesso aqui e lá fora em uma época nada globalizada. Fui o primeiro artista brasileiro a cantar no Canecão sozinho”.

Foto: Caio Kenji - G1 
A apresentação mais inesquecível porém foi longe de casa. Nelson chora ao recordar dos shows que fez no Carnegie Hall e no Madison Square Garden, ambos em Nova York. “Eu tremia demais quando pisei nesses palcos. Foi grandioso. Falar disso me emociona demais.” No exterior ele sentia que era tratado com respeito e pouco preconceito (...) "Lá fora eu não tinha rosto, era só uma grande voz", afirma.


Embora tenha sofrido o que hoje foi patenteado de “bullying”, as chacotas e rótulos não o impediram de fazer sucesso com o público feminino.(...) Agnaldo Timóteo o considera “um anão tarado, terror das mulheres” Ned gargalha e confirma a definição. “Elas queriam me carregar no colo" (...) As aventuras foram incontáveis, mas os amores verdadeiros ele resume a três. (...) A primeira paixão foi Eliciane... depois veio Marly, com quem teve três filhos e por fim Cida sua segunda e atual mulher. (...) “Sou um cantor romântico apaixonado. Sempre precisei de solidão, dor e amor para escrever.”


Com 32 discos gravados em português e espanhol, ele se considera um poliglota.(...)“De tanto cantar, eu acabei pegando rapidamente o sotaque. Aprendia as letras em diferentes nacionalidades, e isso facilitava.” 

Foto: Caio Kenji - G1
Tem como preferida uma de suas primeiras composições:Tudo Passará.“É a que mais gosto. Quando cantei em um programa fui aplaudido de pé no meio da música. Isso é ser brega? Quem não é brega quando fala de amor? É o amor que é brega, não a minha música.




Momento emocionante. Nelson Ned escuta seu tio que não vê há anos tocar flauta pra ele. O cantor teve a oportunidade de rever a família, os amigos, e todos os fãs em sua cidade natal. 



Nelson Ned em almoço de homenagem a ele, com família, 
amigos e representantes do Festival Mundial das Artes Pela Paz. 


Nelson Ned envolvido pelo carinho de seus fãs na Caminhada Pela Paz. 
Assista as matérias sobre a visita de Nelson Ned a Ubá que saíram 
no Portal R7 e no G1




fontes: wikipédia; blog da regbit, cliquemusic uol; letras R7; por onde canta; 
all music; festival mundial das artes pela paz

Nenhum comentário:

Postar um comentário